Sendo o homem
filho do seu próprio tempo, o que se estabelece nos tempos líquidos deve ser
caracterizado como normal? Em certa medida sim! É normal alguém criar quantos
perfis queira e seja possível no Facebook.
No entanto,
pensando no homem como um ser para a morte, no dizer de Heidegger, e, por assim
dizer, em essência, carente da presença, uma presença com Rosto, no dizer de
Lévinas, ao pensamos as relações comunitárias em Tempos Líquidos, nos deparamos
com o sentido de comunidade caracterizado pelo já, e este já não mais pela
imagem da água na sua liquidez, um já na imagem de vapores, na sua dispersão. O
Perfil Lotado I, Perfil Lotado II, Perfil Lotado III, e assim ad infinitum,
traduz bem a realidade do fenômeno.
Em que
sentido, este fenômeno se reflete sobre o contexto da vida comunitária cristã?
A olho nu é provável que a dinâmica se repita da mesma forma, considerando-se
contexto. Portanto, onde se lê Perfil Lotado I, II, III e assim por diante,
leia-se: igreja Lotada I, II, III e assim por diante. Onde o espírito do fenômeno
no contexto das redes sociais se reverbera, não como luz, mas como névoa, no
contexto religioso. Há um “clicar”, um “add” em portas que se abrem, bancos,
cadeiras, horários, campanhas, tardes das maravilhas, cultos da vitória, isto e
aquilo aos montes. Estão lotados: bancos, cadeiras, desconhecidos, indiferentes
entre si. São igrejas lotadas de meros adicionamentos da religiosidade líquida.
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