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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Religiosidade na pós-modernidade: Perfil Lotado.


 As invenções que o homem “desenvolveu” e consumiu, e as que ainda desenvolve e as consume, não podem, penso, serem avaliadas apenas pragmaticamente, mas, também, ontologicamente. Isto porque não penso que o homem deste ou daquele quadro histórico seja um ser mais ou menos desenvolvido que outro; ou  que esta ou aquela invenção seja mais ou menos útil que outra.

Penso que o homem é filho do seu próprio tempo. A mim isto significa dizer que todas as expressões sociais, culturais, políticas, econômicas e religiosas, embora sejam expressões de continuidade do “desenvolvimento” da história, a historicidade da mesma é a expressão da territorialidade no seu contexto do tempo, ou seja, é expressão de territorialidade do próprio homem na sua dimensão pessoal.

Portanto, estando o homem pós-moderno aterrado numa territorialidade líquida, ao pensar em comunidade, por exemplo, o seu sentido é posto dentro deste espírito líquido, ou seja, a pessoa tem mais de 15 mil nos seus perfis lotados (Perfil Lotado I, II e III), e, contudo, não tem a mínima ideia que são. Apenas foram adicionados (e o verbo adicionar precisa ser entendido na sua plenitude nestes tempos líquidos), no sentido de dizer que tal sujeito é, de alguma forma, popular. Até recentemente eu estava aceitando todo e qualquer pedido de adicionamento, até que me dei contar do desatino que estava cometendo. Agora, iniciei o processo de exclusão. Bem, não estou aqui fazendo juízo de valores de quem tem Perfil Lotado I, Perfil Lotado II, Perfil Lotado III e ad infinitum, mas, apenas lenda um espírito reinante na pós-modernidade que não respeita quem quer que seja.

Ao pensar em comunidade em termos de cristianismo, deveria ser visto que a proposta é uma vivência guiada sobre os seus valores norteadores, como a vivência familiar, são a-históricos (pai é pai, esposa é esposa e filhos são filhos). Ou seja, não poderia vergar-se diante das alterações sofridas ao longo da história. Creio no adaptar-se sem perder a essência.

De tudo o que não se deve esquecer é que o perfil comunitário característico do cristianismo é aquele que caracterizou a igreja do primeiro século.

terça-feira, 11 de junho de 2013

O sentido de comunidade em Tempos Líquidos.

Sabe que as transformações estruturais nas relações sociais não inevitáveis e, por assim dizer, são necessários por uma questão de sobrevivência da própria sociedade. Todavia, o que se deve observar é a forma como, ao longo do "desenvolvimento" da história dos humanos, foram e estão sendo processadas estas mudanças. É a nossa relação inevitável com o tempo, e, sem poder escapar, com a morte.

O que caracteriza, fundamentalmente, a vida das relações sociais, é o seu aspecto comunitário, e, a grosso mudo, não necessariamente no sentido de partilha, mas, no sentido aparência. Todavia, mesmo tendo na aparência o referencial essência dos pressupostos da vida comunitária, ao longo do desenvolvimento da história da humanidade percebia-se alguns princípios que se mantinham por determinado tempo que eram análogo ao ciclo de vida do humano, ou seja, alguém nascia, crescia, desenvolvia, reproduzia e morria sob e sobre terminado signo social; e ainda, pode-se dizer que os eventos da vida aconteciam ao rés-do-chão, era possível olhar no nível dos próprios olhos. Via-se o tempo passar. 

Em tempos líquidos esta relação verticalizou-se, ou seja, a nossa relação com o tempo é vertiginosa, pois, a todo tempo é preciso andar, ao tempo que se olha para cima, pois, as pessoas já não se encontram ao rés-do-chão. Paradigmaticamente observamos este fenômeno sendo reproduzido na engenharia e a construção dos seus edifícios cada vez mais altos. Muito embora tenha havido uma sutil tentativa de horizontalização, uma busca inconsciente do retorno ao rés-do-chão, criou-se os condomínio. Mas estes têm duas características que mantém a verticalização: é comum de apenas alguns e é fechado.