Translate

Mostrando postagens com marcador Bauman. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bauman. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Evangelho como consumo

Recentemente circulou no facebook, junto ao meu perfil, um banner em que o determinado pastor anunciava uma vigília (lamento não ter copiado o link). Mas, creio que os senhores já devem ter visto tal anúncio...Bem, falar de uma vigília não há nada de anormal...a questão é quando o anúncio desta vigília é feito como se tal fosse um produto...

Este é o caminho deste "evangelho" pós-moderno: é concebido como produto de mero consumo...e assim, novas formas vão surgindo dia a dia. Pois, "o 'modo consumista' requer que a satisfação precise ser, deva ser, seja de qualquer forma instantânea, enquanto o valor exclusivo, a única 'utilidade', dos objetos é sua capacidade de proporcionar satisfação" (Bauman - Identidade, p.70). Assim, a única utilidade de uma "vigília produto" é levar dinheiro para quem vende-a.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Religiosidade da pós-modernidade: o já.

Ouvi um certo pregador afirmar que o crente não dever conformar-se com a demora da resposta de um pedido feito a Deus. O seu argumento, fundamentalmente neopentecostalizado, serpenteou desde o fato de Deus ser amor, passando por afirmações que evocam o poder da fé, até chegar no antropônimo estilístico do Já Divino. O Nome de Deus é Já! É Já no sentido da sua soberania, não como amuleto.

Na abertura do prefácio de "Modernidade Líquida", Bauman cita Paul Valéry: "interrupção, incoerência, surpresa são as condições comuns da vida. Elas se tornaram mesmo necessidades reais para muitas pessoas, cujas mentes deixaram de ser alimentadas...por outra coisa que não mudanças repentinas e estímulos constantemente renovados...Não podemos mais tolerar o que dura. Não sabemos mais fazer com que o tédio dê frutos".

Valéry, nesta curta, mas, consistente sentença, está afirmando que a interrupção, a surpresa e a interrupção, de fato, são, naturalmente, condições necessárias da vida. Todavia, elas se tornaram absurdamente necessárias para pessoas que as mentes deixaram de ser alimentadas por algo mais duradouro, concreto. São alimentos exclusivamente por fluídos. Há uma necessidade viciante e viciada de ingestão  por tudo que seja rápido, líquido, fluído; que seja já, inclusive, o sagrado, o divino: não se tolera mais o que dura. Em termos religiosos: não se tolera mais o que demora.

Na sentença de Valéry fica demasiadamente claro que o homem pós-moderno perdeu a capacidade de criar, na sua relação artesanal, alternativas individuais na forma simplificada de lidar com a vida: já não se sabe fazer o tédio dar frutos.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Um projeto editorial: deus líquido

Prezados amigos,

Deus líquido é um projeto editorial! A minha ideia é ao longo dos próximo cinco anos, realizar algumas reflexões sobre a pós-modernidade, a partir da leitura dos livros de Zigmunt Bauman. Estas leituras terão o enquadramento no contexto da religiosidade e as suas novas configurações na cena da pós-modernidade. Desta forma, o resultado final será a impressão de um livro que já tem o título de: "Deus Líquido: Análise da Religiosidade a partir de Zygmunt Bauman".

Portanto, o objetivo do blog é ser um canal de contato para perceber as observações, as críticas, as ideias, enfim, estarmos imergidos em um dos principais paradigmas da pós-modernidade: as redes sociais. Este lugar tem uma importância singular, por ser 'aproximação e distância', que o caracteriza como lugar liquidificado.

Outra questão é que o blog não vai ficar "pronto", ele está ficando, uma vez que, é partir desde não acabamento, como característica nomeadamente pós-moderna, que quero me situar na presente leitura.

Sejam bem-vindos!