Sabe que as transformações estruturais nas relações sociais não inevitáveis e, por assim dizer, são necessários por uma questão de sobrevivência da própria sociedade. Todavia, o que se deve observar é a forma como, ao longo do "desenvolvimento" da história dos humanos, foram e estão sendo processadas estas mudanças. É a nossa relação inevitável com o tempo, e, sem poder escapar, com a morte.
O que caracteriza, fundamentalmente, a vida das relações sociais, é o seu aspecto comunitário, e, a grosso mudo, não necessariamente no sentido de partilha, mas, no sentido aparência. Todavia, mesmo tendo na aparência o referencial essência dos pressupostos da vida comunitária, ao longo do desenvolvimento da história da humanidade percebia-se alguns princípios que se mantinham por determinado tempo que eram análogo ao ciclo de vida do humano, ou seja, alguém nascia, crescia, desenvolvia, reproduzia e morria sob e sobre terminado signo social; e ainda, pode-se dizer que os eventos da vida aconteciam ao rés-do-chão, era possível olhar no nível dos próprios olhos. Via-se o tempo passar.
Em tempos líquidos esta relação verticalizou-se, ou seja, a nossa relação com o tempo é vertiginosa, pois, a todo tempo é preciso andar, ao tempo que se olha para cima, pois, as pessoas já não se encontram ao rés-do-chão. Paradigmaticamente observamos este fenômeno sendo reproduzido na engenharia e a construção dos seus edifícios cada vez mais altos. Muito embora tenha havido uma sutil tentativa de horizontalização, uma busca inconsciente do retorno ao rés-do-chão, criou-se os condomínio. Mas estes têm duas características que mantém a verticalização: é comum de apenas alguns e é fechado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário